Instituição de São Gonçalo (RJ) lamenta perdas devastadoras na região e coloca seus canais à disposição para receber doações em prol dos moradores no Rio Grande do Sul
Voluntários ajudam no resgate às vítimas durante as enchentes que atingiram 388 municípios no Rio Grande do Sul
Foto: Diego Vara / Reuters / BBC News Brasil
O Movimento de Mulheres em São Gonçalo (MMSG) vem a público se posicionar em solidariedade à população do Rio Grande do Sul e lamentar as perdas devastadoras, sobretudo humanas, diante da tragédia climática provocada pelas enchentes de rios e lagos que atingiram 388 dos 497 municípios do estado.
A tragédia, que já contabiliza mais de 100 mortes e 130 desaparecidos, deixa cerca de 50 mil pessoas em abrigos e aproximadamente 160 mil desalojadas. O MMSG coloca todos os seus canais à disposição para receber doações e ajudar os moradores das cidades gaúchas.
Como instituição que preza, há 35 anos, pela defesa dos direitos humanos e, em especial, no enfrentamento às violências domésticas contra mulheres, crianças e adolescentes, o MMSG ‘abraça’ o povo do Rio Grande do Sul nesse momento, tão delicado, marcado por uma tragédia sem precedentes.
O MMSG repudia a ‘politização’ da tragédia no Sul por acreditar que a ajuda humanitária está acima de ‘ideologias partidárias’. Portanto, além da solidariedade, a entidade reafirma seus princípios norteados pela democracia, respeito às diversidades, transparência nas ações, incentivo à participação cidadã e no trabalho em rede para ajudar a quem mais precisa.
Como de praxe, o MMSG reivindicará das autoridades que sejam tomadas todas as medidas necessárias para mitigar o sofrimento da população gaúcha que experimenta perdas irreparáveis resultantes, em grande parte, pela falta de políticas ambientais que possam prevenir outras tragédias climáticas no Sul e em todo o país.
‘É uma tragédia que marca a nossa alma’
A gestora do MMSG, Marisa Chaves, ressaltou o sentimento de pesar e comoção de toda diretoria, associadas e técnicos da entidade em relação à catástrofe ocorrida no Rio Grande do Sul. Para Chaves, foi uma tragédia anunciada por falta de prevenção, educação ambiental e previsão. A gestora lamentou as perdas humanas, sociais e materiais da população gaúcha e destacou a importância de não politizar os danos provocados, mas priorizar a ajuda humanitária e a retomada das instituições.
“Estamos com o coração sangrando. Infelizmente, o que ocorreu no Rio Grande do Sul é uma tragédia anunciada, pela falta de prevenção e respeito ao curso da natureza. Uma tragédia que marca a nossa alma. São perdas irreparáveis. Perderam-se vidas, moradias, relações sociais, comércios. Não podemos ‘politizar’ essa tragédia, mas, nos unir para reduzir os danos causados. O Brasil precisa de união. É o momento de chamarmos a atenção das autoridades e apresentarmos projetos para evitar novas catástrofes”, reitera Marisa.
Moradores usam barcos para resgatar pessoas ilhadas em telhados de casas ou sobre caminhões tomados pelas águas
Foto: Diego Vara / Reuters / BBC News Brasil
Natural de Pelotas, motorista do MMSG se emociona com ação
"Se pudesse, estaria lá ajudando meus conterrâneos. É muito triste ver o que eles estão passando", disse, emocionado, o motorista José Roberto Nascimento de Souza, de 39 anos. Natural de Pelotas, no Rio Grande do Sul, ele começou a trabalhar no MMSG há cerca de 2 meses, e elogiou a iniciativa da entidade em prol dos gaúchos.
"Qualquer ajuda é importante. As chuvas não dão trégua e está esfriando. Acredito que as águas deverão baixar somente daqui a 30 dias. É muito tempo. Além das mortes, tiveram as perdas das casas, móveis, lavouras. Muita gente está desabrigada. Aqui em São Gonçalo, será uma das primeiras ações para apoiar o povo do Rio Grande do Sul. Quem puder ajudar será fundamental. Eles precisam de colchões, roupa de cama, água potável e material de higiene", ressalta José Roberto, que ficou triste após receber a notícia sobre o tio, morador de Porto Alegre, que, devido à targédia, foi acometido por um princípio de Acidente Vascular Cerebral (AVC).
Quem puder ajudar será fundamental. Eles precisam de colchões, roupa de cama, água potável e material de higiene", ressalta José.
José Roberto é motorista do MMSG há cerca de 2 meses e está consternado com a situação dos seus conterrâneos no RS Foto: ASCOM/COMUNICAÇÂO NEACA TR
Doações podem ser feitas na sede do MMSG
Administrado pelo MMSG, o projeto NEACA Tecendo Redes, iniciado em 2024, com a parceria da Petrobras, atende demandas relativas às violências domésticas e gênero. O projeto abrange os municípios de São Gonçalo, Duque de Caxias e Itaboraí e tem como objetivo contribuir para a promoção, prevenção e garantia dos direitos humanos de mulheres, crianças, adolescentes e jovens (até 29 anos).
A direção do MMSG informa que, além da remessa em dinheiro pelo pix, está recebendo doações, sobretudo, de água potável e produtos de higiene, na sede do MMSG e disponibiliza seus serviços, de segunda à sexta-feira, das 9h às 17hs, nos endereços abaixo:
NEACA (SG)- Rua Rodrigues Fonseca, 201, Zé Garoto. (2606-5003/21 98464-2179)
NEACA (Itaboraí)- Rua Antônio Pinto, 277, Nova Cidade. (21 98900-4246).
As doações em dinheiro podem ser feitas pelo pix abaixo:
Razão Social: Movimento de Mulheres em São Gonçalo
CNPJ: 39.259.098/0001-31
Banco: Banco do Brasil
Ag.: 394-8
C/C: 100447-6
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